Pesquisadores querem a ajuda da população para evitar que pássaros hoje considerados comuns venham a ser ameaçados de extinção. E pedem um gesto bem simples, que imagens destes animais sejam registradas em websites especializados na internet. Para os pesquisadores, este é o caminho para se construir um grande banco de dados que pode ajudar a estabelecer quais espécies estão ameaçadas ou correm o risco de entrar nesta lista.
Um grupo de cientistas, liderado pela doutora Elizabeth Boakes, do Imperial College London, levantou 170 mil registros feitos nos últimos dois śeculos de 127 espécies de galiformes, que incluem um terço das espécies de pássaros ameaçados de extinção. A conclusão é que faltam registros recentes sobre os pássaros mais comuns e os dados antigos estão ameaçados pela ação do tempo, falta de cuidados e dificuldade de acesso. O resultado da pesquisa foi publicado na edição desta terça-feira, 1o de junho, da PLoS Biology .
“Nós precisamos da ajuda de pessoas para registrar os pássaros que elas vêem, mesmo em lugares comuns, em websites de observadores de aves”, afirma a doutora Elizabeth Boakes. “Pessoas podem pensar que não estão ajudando ao registrar um pombo no centro de Londres, mas isto pode fazer uma grande diferença , porque não sabemos quais serão as espécies ameaçadas no futuro”, acrescenta.
Um quarto dos registros identificados pelos pesquisadores durante o levantamento foi obtido em museus, que têm grande valor para o estudo histórico da biodiversidade. No entanto, muitas instituições sofrem com a falta de verbas e não conseguem manter adequadamente as coleções. Na literatura, registros também estão ameaçadas pelo tempo. Além disto, muitos dos 20 registros literários encontrados pelos pesquisadores são de acesso restrito ou difícil.
Dados de websites onde o público registra imagens de pássaros ainda representam menos de 1% dos dados coletados pelos pesquisadores. Mesmo assim, eles acreditam que internet vai permitir que “cientistas-cidadãos” criem um grande impacto para o futuro da pesquisa sobre biodiversidade.
Elizabeth Boakes destaca a necessidade de websites buscarem e disponibilizarem informações mais precisas sobre os registros, inclusive com localização em mapa. De acordo com ela, sites que concentrem estas informações agilizam os estudos, já que a busca em páginas pessoais ou blogs pode tomar muito tempo. “Assim, nós podemos todos ajudar a criar um acessível, compreensível e permanente registro da biodiversidade”, adiciona a doutora Boakes.(Vandré Fonseca)
Fonte: http://www.oeco.com.br/saladaverde
sábado, 19 de junho de 2010
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